Revelações de Riyria: Roubo de Espadas | Ascensão do Império | Heir of Novron
Michael J. Sullivan
Record
★★★
Eu não estaria mentindo se confessasse logo de cara que o que me fez pegar esse livro para ler foi a promessa de que haveria elfos nele. Não só porque sou apaixonada por qualquer tipo de história envolvendo essa raça, mas também porque um livro com elfos indica a presença da minha adorada e tão frequentemente desprezada fantasia tradicional e há um bom tempo que eu venho procurando (sem sucesso) uma boa obra desse estilo (as últimas que li me causaram um certo desgosto). Roubo de Espadas é, felizmente, um bom livro de alta-fantasia tradicional (amém), mas peca justamente nos defeitos já característicos desse gênero: personagens sem profundidade, um mundo não muito original e uma escrita aquém do que se espera de um livro de fantasia.
Sendo bem sincera, o mundo não tão original nem chegou a me incomodar de fato. Acho que só me incomodo com coisas desse tipo mesmo quando o worldbuilding é um fracasso total e completo, mas em Roubo de Espadas o autor teve o cuidado de dar uma boa história para o mundo/as nações, então não me senti em uma cópia descarada de O Senhor dos Anéis. Os elfos serem vistos como inferiores e terem perdido a guerra contra os humanos também serviu para diferenciar mais o mundo de Alan de tantos outros por aí (meu coração doeu um tico aqui, masss).
E, sendo sincera de novo, os personagens não foram ocos o suficiente para me causarem muito sofrimento não. Foram meio-termos, por assim dizer; não chegaram a me aborrecer, mas também não me vi torcendo de verdade por nenhum deles (o único que chegou perto mesmo foi o Royce). Se a história no geral não fosse tão divertida eu acabaria desistindo dessa série por não ter realmente me apegado a ninguém. Para a sorte do Sullivan, a história é de fato muito divertida, então acabarei lendo todos os livros de qualquer jeito, mas não deixa de ser um ponto fraco. Revelações de Riyria poderia se tornar uma das minhas séries favoritas se os personagens fossem mais desenvolvidos.
Foi o terceiro defeito que me impediu de dar quatro estrelas para esse livro. A escrita, infelizmente, foi a única coisa que me fez querer de verdade fechar o livro em alguns momentos.
Disse ali em cima que uma escrita mais fraca é característica da fantasia tradicional, mas provavelmente é melhor dizer que essa é uma característica da fantasia tradicional clássica (cof A Saga do Mago cof Shannara cof), mas mesmo assim não de todas (já que felizmente O Senhor dos Anéis e A Roda do Tempo existem). Roubo de Espadas, mesmo sendo recente, traz o maior pecado dessas certas obras da fantasia clássica: o tell, don't show. E isso estragou a caracterização e, principalmente, os diálogos.
Perdi a conta de quantas cenas tristes ou engraçadas foram desperdiçadas nesse primeiro volume por causa da escrita. Passei impassível por elas simplesmente porque o autor as estava contando para mim, e não mostrando, como deveria ser feito. Contar uma cena não transmite emoção, e como já disse em várias resenhas, se eu não sinto nada não posso gostar verdadeiramente da história. Roubo de Espadas teria conseguido entrar na minha lista de livros preferidos de fantasia mesmo com o mundo mais ou menos genérico e os personagens mais ou menos rasos se eu tivesse conseguido ter um engajamento emocional maior, mas graças à escrita isso não aconteceu. Eu me diverti e até que me diverti bastante, mas não o suficiente para considerar essa leitura algo completamente satisfatório. E (já ia me esquecendo) uma escrita melhor evitaria os diálogos criados apenas para infodumps e tornaria a entrega dessas informações algo mais sutil.
Roubo de Espadas vale a pena, sem dúvida, mas (provavelmente) não é um livro que vai mudar sua vida ou mesmo ficar na sua mente por muito tempo. Quanto aos dois volumes contidos nesse livro (a série foi publicada originalmente em seis livros, mas depois foi relançada em três. Roubo de Espadas contém A Conspiração pela Coroa e Avempartha), achei Avempartha mais interessante e, de certa forma, uma história maior e mais complexa. A Conspiração pela Coroa poderia passar facilmente como um livro único e, acredito, essa foi a intenção do autor mesmo. Mas confesso que senti falta do aspecto mais "ladrão" de Royce e Hadrian em Avempartha.
Enfim, vou continuar essa série sim, mas o farei em inglês, já que acho que assim tolerarei a escrita mais facilmente. Três estrelas para Roubo de Espadas.
Michael J. Sullivan
Record
★★★
Royce Melborn e Hadrian Blackwater, os ladrões mais habilidosos de todos os reinos, construíram sua fama ao realizar façanhas aparentemente impossíveis. Porém, após concordar em roubar uma famosa espada do interior de um castelo, os dois se envolvem numa trama repleta de armadilhas, anões, elfos, conspirações políticas, magia e, sobretudo, perigosas reviravoltas. Para comtemplar a missão com sucesso, Royce e Hadrian precisam ser cuidadosos ao escolher inimigos e aliados, pois não é apenas a vida da dupla que está em jogo,mas o futuro da Igreja, dos reinos e de todo o mundo.
Eu não estaria mentindo se confessasse logo de cara que o que me fez pegar esse livro para ler foi a promessa de que haveria elfos nele. Não só porque sou apaixonada por qualquer tipo de história envolvendo essa raça, mas também porque um livro com elfos indica a presença da minha adorada e tão frequentemente desprezada fantasia tradicional e há um bom tempo que eu venho procurando (sem sucesso) uma boa obra desse estilo (as últimas que li me causaram um certo desgosto). Roubo de Espadas é, felizmente, um bom livro de alta-fantasia tradicional (amém), mas peca justamente nos defeitos já característicos desse gênero: personagens sem profundidade, um mundo não muito original e uma escrita aquém do que se espera de um livro de fantasia.
Sendo bem sincera, o mundo não tão original nem chegou a me incomodar de fato. Acho que só me incomodo com coisas desse tipo mesmo quando o worldbuilding é um fracasso total e completo, mas em Roubo de Espadas o autor teve o cuidado de dar uma boa história para o mundo/as nações, então não me senti em uma cópia descarada de O Senhor dos Anéis. Os elfos serem vistos como inferiores e terem perdido a guerra contra os humanos também serviu para diferenciar mais o mundo de Alan de tantos outros por aí (meu coração doeu um tico aqui, masss).
E, sendo sincera de novo, os personagens não foram ocos o suficiente para me causarem muito sofrimento não. Foram meio-termos, por assim dizer; não chegaram a me aborrecer, mas também não me vi torcendo de verdade por nenhum deles (o único que chegou perto mesmo foi o Royce). Se a história no geral não fosse tão divertida eu acabaria desistindo dessa série por não ter realmente me apegado a ninguém. Para a sorte do Sullivan, a história é de fato muito divertida, então acabarei lendo todos os livros de qualquer jeito, mas não deixa de ser um ponto fraco. Revelações de Riyria poderia se tornar uma das minhas séries favoritas se os personagens fossem mais desenvolvidos.
Foi o terceiro defeito que me impediu de dar quatro estrelas para esse livro. A escrita, infelizmente, foi a única coisa que me fez querer de verdade fechar o livro em alguns momentos.
Disse ali em cima que uma escrita mais fraca é característica da fantasia tradicional, mas provavelmente é melhor dizer que essa é uma característica da fantasia tradicional clássica (cof A Saga do Mago cof Shannara cof), mas mesmo assim não de todas (já que felizmente O Senhor dos Anéis e A Roda do Tempo existem). Roubo de Espadas, mesmo sendo recente, traz o maior pecado dessas certas obras da fantasia clássica: o tell, don't show. E isso estragou a caracterização e, principalmente, os diálogos.
Perdi a conta de quantas cenas tristes ou engraçadas foram desperdiçadas nesse primeiro volume por causa da escrita. Passei impassível por elas simplesmente porque o autor as estava contando para mim, e não mostrando, como deveria ser feito. Contar uma cena não transmite emoção, e como já disse em várias resenhas, se eu não sinto nada não posso gostar verdadeiramente da história. Roubo de Espadas teria conseguido entrar na minha lista de livros preferidos de fantasia mesmo com o mundo mais ou menos genérico e os personagens mais ou menos rasos se eu tivesse conseguido ter um engajamento emocional maior, mas graças à escrita isso não aconteceu. Eu me diverti e até que me diverti bastante, mas não o suficiente para considerar essa leitura algo completamente satisfatório. E (já ia me esquecendo) uma escrita melhor evitaria os diálogos criados apenas para infodumps e tornaria a entrega dessas informações algo mais sutil.
Roubo de Espadas vale a pena, sem dúvida, mas (provavelmente) não é um livro que vai mudar sua vida ou mesmo ficar na sua mente por muito tempo. Quanto aos dois volumes contidos nesse livro (a série foi publicada originalmente em seis livros, mas depois foi relançada em três. Roubo de Espadas contém A Conspiração pela Coroa e Avempartha), achei Avempartha mais interessante e, de certa forma, uma história maior e mais complexa. A Conspiração pela Coroa poderia passar facilmente como um livro único e, acredito, essa foi a intenção do autor mesmo. Mas confesso que senti falta do aspecto mais "ladrão" de Royce e Hadrian em Avempartha.
Enfim, vou continuar essa série sim, mas o farei em inglês, já que acho que assim tolerarei a escrita mais facilmente. Três estrelas para Roubo de Espadas.
0 comentários