Lauro Kociuba
★★★
Elfos, anões, orcs, trolls, dragões, wargs… E se eles existiram de verdade? E se tudo começou a desaparecer quando a Era dos Homens teve início? E se, ainda hoje, houver remanescentes desses seres entre nós?
Alvores é uma história de realidade alternativa, inspirada principalmente em leituras de Neil Gaiman e suas conexões de fantasia e o mundo real, pelo autor. Imagine o nosso mundo atual, mesclando com ficção fantástica, onde existem cidades subterrâneas sob as capitais brasileiras – mais precisamente Curitiba (PR); elfos que vivem ocultos entre os homens; descendentes de raças lutando entre si e criaturas fantásticas surgindo e desaparecendo em meio a pontos turísticos.
Todo esse universo é chamado de Alvores, os seres que surgiram na alvorada do mundo.
Acompanhe Tales, um filho de encantados, desvendando uma história envolta a uma trama secular: a luta pela sobrevivência de uma raça. Entre batalhas dos descendentes de alvores, a descoberta de existência de uma cidade inteira sob seus pés e a verdade por trás de vários fatos. O leitor irá, junto com o protagonista, conhecer máquinas de guerra incríveis, personagens com habilidades curiosas, tramas e mistérios ocorrendo nas praças, terminais ou mesmo nas ruas onde passamos diariamente. De modo gradativo e embasado, se estreita a fronteira entre a realidade e a fantasia no livro.
Veja o mundo com outros olhos!
Eu tinha o ebook de A Liga dos Artesãos mofando no meu tablet desde 1.500 a.C., mas estava evitando começar a leitura por medo de acabar não gostando. Para vocês terem uma ideia, dos cinco livros nacionais que tentei ler esse ano eu abandonei três e odiei dois, e bem, A Liga dos Artesãos é fantasia nacional. Pode-se dizer, portanto, que eu não estava lá muito confiante quando finalmente decidi iniciar a leitura.
Felizmente, a primeira parte de A Liga dos Artesãos fez minha desconfiança diminuir um pouco. A escrita se mostrou ágil e eficiente, e a história era bem interessante, então acabei deixando minhas neuras de lado e passei a aproveitar o livro. Fantasia urbana não é meu subgênero favorito de fantasia, já que geralmente o worldbuilding de obras desse tipo é bem falho e a mitologia em geral bem cliché, mas mesmo que a de A Liga dos Artesãos não seja exatamente nada novo (I mean, elfos x orcos e blá blá blá) eu gostei bastante da forma com que o autor escolheu retratá-la.
Mas lá pela metade do livro as coisas começaram a desandar. A escrita, embora ainda melhor do que vejo por aí em livros nacionais, ficou mais e mais desajeitada. Repetições, vírgulas onde deveriam haver pontos, tell ao invés de show... Bem, para falar a verdade os tells já tinham começado a dar as caras desde o início, mas até então eram muito poucos e bem curtos, mas aí, puf, tell pra dar e vender.
O ritmo da história também aumentou, o que por um lado é bom, claro, mas que por outro acabou não deixando espaço para que os personagens se desenvolvessem. Ao fim do livro todos estavam mais ou menos unidimensionais e sem profundidade, e eu não cheguei a gostar realmente de nenhum. Nesse aspecto acho que a escrita (principalmente os diálogos) foi sim a responsável pela caracterização falha.
Em conclusão, A Liga dos Artesãos tem um enredo interessante com elementos que chamaram bastante a minha atenção (como as máquinas dos anões, a história da grande guerra, toda a parada dos sinos élficos que eu achei a+, etc), mas que acabou perdendo algumas estrelas por falhas na execução, principalmente na escrita e na construção e desenvolvimento dos personagens. Mas apesar dos pesares o livro foi divertido e deu pra entreter, então eu provavelmente lerei o segundo volume. 3.0 estrelas.
4 comentários
Olá! Ótima resenha como sempre.
ResponderExcluirNos diálogos, o Lauro me passou a impressão de que ele queria dar um tom mais informal, algo que muitos escritores brasileiros acabam fazendo, alguns com sucesso e outros não rs, por isso nem vi como uma falha. Como escritora, vc realmente tem a técnica para detectar as falhas e as suas argumentações foram perfeitas.
Também quero ler o segundo. Vamos ver se o autor não demora a publicá-las.
Abs!
Ah, não foi isso que me incomodou não. Acho diálogos uma parte importante da caracterização dos personagens e acho que em A Liga dos Artesãos todos acabaram tendo a mesma voz, sabe? Como se fossem um só e não vários.
ExcluirE sim, estou ansiosa pelo segundo. Tomara que não demore mesmo. Abs!
Também li esse livro. Eu gostei, achei a ideia criativa, principalmente a parte da tecnologia dos anões. Mas quanto aos personagens tive a mesma impressão: o livro é muito curto para explorá-los devidamente. Mas a narrativa ainda é muito melhor do que a de outros livros nacionais.
ResponderExcluirAbraços!
Sonhos, Imaginação & Fantasia
Sim, o livro acaba se passando muito rápido e os personagens sofrem bastante por causa disso. Mas eu adoro fantasia com elementos tradicionais sob um olhar novo e moderno, e essa parte do livro me agradou bastante. No geral, foi um bom livro.
ExcluirAbraços!