3.0 estrelas fantasia

Resenha: An Ember in the Ashes, Sabaa Tahir

14:53neo

An Ember in the Ashes | ?
Sabaa Tahir
Razorbill/Verus Editora
★★★
Laia é uma escrava. Elias é um soldado. Nenhum dos dois é livre.
Sob o Império Marcial, desafio é respondido com morte. Aqueles que não juram seu sangue e corpo ao Imperador arriscam a execução de seus entes queridos e a destruição de tudo com que se importam.
É nesse mundo brutal, inspirado pela antiga Roma, que Laia vive com seus avós e irmão mais velho. A família sobrevive nas ruelas pobres do Império. Eles não desafiam o Império. Eles já viram o que acontece com aqueles que o fazem.
Mas quando o irmão de Laia é preso por traição, ela é forçada a tomar uma decisão. Em troca de ajuda dos rebeldes que prometem resgatar seu irmão, Laia arriscará sua vida como espiã para eles de dentro da maior academia militar do Império.
Lá, Laia conhece Elias, o melhor soldado da escola - e, secretamente, o mais relutante. Elias quer apenas ser livre da tirania que ele foi treinado para defender. Ele e Laia logo realizarão que seus destinos estão interligados - e que suas escolhas mudarão o destino do próprio Império.

Meu problema com esse livro foi simples: eu estava esperando demais, principalmente por causa de toda a história de ele ser inspirado no Império Romano.

Antes de tudo, quase não dá pra perceber a influência do Império Romano no Império Marcial. Quero dizer, dá... Mas não muito, sabe? O worldbuilding, apesar de muito bom em alguns aspectos (como as lendas sobre os jinn, sobre o Nightbringer, etc) falhou bastante na caracterização do império e dos diferentes povos que ele dominou (e do resto do mundo, mas né). Não há descrição da arquitetura, da religião (se há alguma), dos costumes, enfim... O Império Marcial é estupidamente sem graça, sem clima e sem personalidade, e isso meio que tirou sim a qualidade do livro. A única parte legal mesmo são os Masks (máscaras), os guerreiros de elite do império que usam uma máscara (dã) prateada que vai se mesclando com o rosto deles (ou seja, eles não podem tirá-la nunca). Foi uma ideia bem legal e original no meio de um worldbuilding tão cliché.

Os personagens são no geral bons. Elias e Laia, os principais, são o suficientemente suportáveis e até legais. Helene, a melhor amiga de Elias, também é bem interessante, assim como sua mãe (do Elias), a comandante da academia que forma os Masks. A comandante, aliás, é um dos personagens mais monstruosos que eu já vi em livros YA. Sério, a mulher é totalmente sádica. 

Mas nem mesmo os personagens superiores aos que vejo em YAs por aí me fizeram gostar do resto da história. Não há nada de original sobre o enredo de An Ember in the Ashes. Nadica. Não dá pra falar muito sem dar spoiler, mas não encontrei nada de novo, nada que não tenha visto em um zibilhão de livros, e isso me decepcionou bastante. A coisa só piorou quando o romance começou a se fazer presente. Todo mundo já sabe que eu odeio triângulos amorosos, mas An Ember in the Ashes não tem isso: aqui temos uma reta amorosa.

Keenan gosta da Laia que gosta do Keenan de volta e do Elias, que gosta da Laia de volta e da Helene. Ou seja, uma reta >>>>>><<<<<<<, uma reta muito chata e muito mimizenta. Keenan e Laia mesmo se encontram pouquíssimas vezes, Elias está salvando a Laia a todo instante e Helene é uma personagem ótima que foi reduzida a mais uma que arrisca tudo por um cara. E Helene e Laia são tão lindas, sabe? O Elias nos lembra disso o tempo todo, o livro todo, a todo instante. Lá pelo fim do livro eu já estava tipo, tá, Elias, keep it to your pants porque sinceramente...

(O estranho é que livros YA geralmente descrevem bem mais os caras, mas nesse acho que as gurias foram mais descritas. Aliás, isso provavelmente aconteceu porque o Elias também tem POV. Well.)

O final foi um cliffhanger, o que é bem estranho se você levar em consideração que a editora de An Ember in the Ashes lá dos EUA ainda não comprou os outros volumes da autora. Ou seja, tecnicamente esse livro é livro único, mas nope, ele não acaba como um livro único. 

Enfim, An Ember in the Ashes acabou não me agradando muito mais pelo que eu esperava dele mesmo. Quero dizer, eu esperava uma história diferente e original, trazendo situações novas e interessantes, mas o que encontrei foi mais do mesmo, apesar de uma ou outra coisa que me agradou. Tanto YA quanto fantasia andam dolorosamente trazendo apenas o mesmo de sempre nos últimos livros que li e por mais que eu adore um cliché bem feito, uma hora a coisa perde a graça, né? 

Anyway, eu ia dar 3.5 estrelas para An Ember in the Ashes, mas depois de pensar um pouco... Nope. 3.0 estrelas.

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3 comentários

  1. Pelo que você escreveu sobre o livro, a avaliação foi bem alta. rs Eu tenho o ebook, mas pela sua resenha, vou deixar para ler no segundo semestre.

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    1. Sim, foi mesmo. Os personagens me fizeram dar 3 ao invés de 2 ou 2.5. Alguns são bem interessantes e bem construídos e eu tenho um fraco por personagens, então né KK

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