3.5 estrelas fantasia

Resenha: Six of Crows, Leigh Bardugo

14:07neo

Série Six of Crows: Six of Crows | Crooked Kingdom | ?
Leigh Bardugo
Henry Holt and Company
★★★★

Ketterdam: um movimentado centro de comércio internacional, onde tudo pode ser adquirido pelo preço certo - e ninguém sabe disso melhor do que o prodígio criminoso Kaz Brekker. Kaz é ofeerecida a chance de um assalto mortal que poderia torná-lo risco para além de seus sonhos. Mas ele não pode fazer isso sozinho... 
Um condenado com sede de vingança.
Um atirador de elite que não pode dispensar uma aposta.
Um fugitivo com um passado privilegiado.
Uma espiã conhecida como a Wraith.
Uma heartrender usando sua magia para sobreviver às favelas.
Um ladrão com um dom para escapadas impossíveis. 
A equipe de Kaz são os únicos que se interpõem entre o mundo e a destruição - se eles não matarem uns aos outros primeiro.

Depois de ler o primeiro volume da trilogia Grisha, Sombra e Ossos, da mesma autora, eu estava determinada a jamais ler outra coisa da Leigh Bardugo. Quase tudo que eu mais odeio em literatura YA pode ser encontrado nesse primeiro livro dela; worldbuilding falho e um tanto desrespeitoso, personagens mornos e sem graça, e um romance tedioso. Mas quando Six of Crows, o início de uma nova série que se passa no mesmo mundo de Sombra e Ossos, foi lançado, as resenhas positivas foram tantas que finalmente me rendi e peguei o livro pra ler. E devo dizer: não me arrependi.

Six of Crows é um livro que parece ter sido escrito por uma pessoa completamente diferente daquela que publicou Sombra e Ossos. A diferença é, sinceramente, absurda; o plot de Six of Crows é muito mais elaborado, o ritmo é muito melhor e os personagens bem mais reais. Enquanto praticamente nenhum de Sombra e Ossos me convenceu, os de Six of Crows se mostraram complexos e marcantes. Bardugo criou personagens e relacionamentos tão naturais que nem mesmo o romance - que não aparece tanto, mas que ainda está presente - me incomodou, e olha que o livro tem três casais que são mais ou menos principais.

O livro é narrado do ponto de vista de seis personagens, o que eu pensei que acabaria não funcionando (afinal, eles estão juntos a maior parte do tempo e como uma pessoa que está sofrendo para escrever três em seu primeiro livro no momento, tenho que dizer: não é fácil), mas que serviu perfeitamente à história. Meu preferido foi Kaz, o líder do grupo e um ladrão muito interessante (que, além disso, tem uma deficiência física que não desaparece do nada - se eu não me engano a própria autora tem que usar uma bengala, como ele, então sim, é um aspecto bem retratado) e Inej, a Wraith, a Fantasma, uma espiã excelente que trabalha para Kaz e seu patrão, mas todos são ótimos (só o Matthias mesmo que me deu um tanto de sono, mas né, nenhum livro é perfeito).

Para falar a verdade, Six of Crows quase não parece ser um livro YA. Ele é bem mais sombrio e tem um tom completamente diferente da maior parte dos livros YA que eu já li. Isso se deve em parte, acredito, ao próprio Kaz; a voz dele meio que torna a história mais... amarga, por assim dizer, e nem mesmo a natureza menos ácida dos outros personagens consegue diluir isso. 

Also, Six of Crows tem pessoas de cor e pessoas queer, o que me fez lembrar de algo que eu talvez venha a discutir aqui no blog em um rant literário: como autores querem ganhar pontos com os leitores ao inserirem personagens queer e de cor, mas sem nunca ter a coragem de fazer um deles o principal ou pelo menos não tão secundário. Ao contrário do que acontece em séries que eu gosto até mesmo mais do que Six of Crows (cof Trono de Vidro cof Snow Like Ashes cof), Bardugo não faz isso nesse primeiro volume, felizmente. 

Enfim, a única razão de Six of Crows não receber cinco estrelas de mim é que não é o tipo de fantasia que eu curto, e por isso mesmo que eu tenha gostado da leitura, não foi uma obra que me deixou fascinada. Em termos técnicos, porém, Six of Crows é um livro, na minha opinião, perfeito. 4.0 estrelas.

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6 comentários

  1. Olá :)
    Estava realmente interessada no livro, entretanto sua resenha me desanimou bastante, romance fraco, narrado por 6 personagens (vou ficar mega perdida), mas talvez ainda leia.

    Adorei conhecer seu cantinho ^^
    Beijos,
    http://livrosentretenimento.blogspot.com.br/

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    1. Aí depende de gosto pessoal mesmo. Eu adorei o romance mais "fraco" e os POVs não chegaram a me incomodar. A história vale a pena. É bem interessante.
      Obrigada!

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  2. Oi, Neo.
    Adorei. Sem tradução, né? Mas ok, mesmo assim tentarei ler. Ainda mais agora que quero me adaptar à leituras em inglês (aparentemente os melhores livros não foram traduzidos). Gostei da temática e o fato de 6 personagens narrarem não me incomoda tanto - isso funciona, por exemplo, no também YA Gone, de Michael Grant. Só que a narração é em terceira pessoa... De qualquer forma, não me sinto tão confusa devido à leitura das obras dele. Certamente darei uma chance.
    Gostaria de poder falar sobre a questão da inclusão de pessoas de cor e queer na história, sobre o que pareceu ser pedantismo da parte da autora, mas infelizmente não vou arriscar porque não tenho propriedade pra falar do assunto.
    Ótima resenha. Adoro o seu blog.

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    1. Olha, se eu não me engano vai sair aqui no Brasil em janeiro! Eric Novello está/estava traduzindo, só não sei qual editora vai lançar :/
      Eu achei o modo como ela representou personagens de cor/queer bem natural. Ou, pelo menos, bem mais natural do que outras obras de fantasia YA o fazem, já que muita gente faz apenas para dizer que tem mesmo.
      Obrigada!

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  3. São 6 POV's em primeira pessoa? Acho meio complicado, afinal, se o autor não consegue colocar as vozes de cada um na narrativa, parece que foi o mesmo personagem que narrou tudo. Mas aparentemente parece que ela conseguiu.
    Peguei Sombra e Ossos e li uns 2 capítulos, que não me deixaram tão empolgada quanto a capa, mas essa nova série me chamou bastante atenção, quem sabe não consigo ler em breve.
    Abraços!

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    1. É bem complicado mesmo, mas acho que a Bardugo teve sucesso sim, principalmente no caso da Inej e do Kaz. E sim, as capas da trilogia Grisha são incríveis, mas o primeiro livro pelo menos é tão chato que pra mim não vale a pena.
      Abraço!

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