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Diário de Escrita - E como diabos se escreve um conto?

15:00neo


(Antes de tudo: não, você não encontrar a resposta para a pergunta do título aqui. Na verdade esse post = eu jogando minhas frustrações na internet. Sorry).

Sim, outro post do Diário de Escrita. Estava planejando postar uma resenha, mas ainda não terminei o livro que estou lendo (não fui pra faculdade ontem e hoje por motivos de a cidade estar se afogando em chuva e eu sempre leio durante as aulas, então mal encostei no meu livro atual desde sexta-feira) (e sim, eu sei que eventualmente me ferrarei na faculdade, mas né, prossigamos) ou talvez o post sobre a leitura crítica que quero começar a oferecer, mas ao tentar planejar o conto que quero escrever hoje me deparei com um velho problema meu: minha mente de escritor não funciona para coisas curtas.

Desde que comecei a postar o que eu escrevo na internet (quando eu tinha uns 13/14 anos, se não me engano) que venho tentando criar histórias curtas, contos, para servir de extra para os leitores e também para aprofundar alguns personagens que só aparecem rapidamente ou são apenas mencionados na minha história principal, A Canção da Fúria. Meu problema começa com a falta de ideias, que, é claro, pode ser associada com o estado deplorável de não-desenvolvimento em que boa parte dos meus personagens estava até algum tempo atrás, mas a coisa fica feia mesmo quando eu tenho a ideia e tento escrevê-la. 

Bem, eu sou um escritor-arquiteto. Ou seja, tenho que planejar quase tudo antes de começar a escrever graças à dificuldade absurda que tenho em me concentrar em qualquer coisa por mais de cinco minutos. Ao primeiro sinal de desconhecido pela frente eu paro de escrever e acabo no a) Tumblr b) Twitter ou c) Dragon Age e passo horas sem fazer nada de útil enquanto tento me convencer de que estou pensando no que vai acontecer na história, quando, é claro, estou na verdade procrastinando. Então eu tenho que saber de praticamente tudo para não me dar a oportunidade de escapar para o Tumblr/Twitter/Dragon Age e, sabe, realmente terminar alguma coisa. 

Mas sempre que eu paro para planejar meus contos eles saem de controle e crescem absurdamente. E isso acontece toda santa vez. Tenho quatro ideias para contos no momento e duas dessas já se tornaram tão grandes que poderiam ser transformadas em livros sem problema, e é isso que eu planejo fazer um dia. Claro, tentarei escrever os contos, mas um dia eles se tornarão livros, custe o que custar.

E sim, eu poderia escrever contos gigantes, mas quero enviar o que escrevo para revistas literárias (well, conheço apenas duas, mas enfim) e é meio impossível alguma delas aceitar um monstro de vinte mil palavras como conto. O que fazer então? Desistir de contos de vez? Sair cortando coisa pra tudo quanto é lado na esperança de diminuir o tamanho do monstro? Sentar e chorar?

O pior é que eu sei que meu problema não está apenas em contos. Todas as minhas histórias são longas e todas as minhas histórias possuem personagens demais. Pra falar a verdade, as únicas ideias que eu tive que hoje não são parte de uma série (ou seja, são livros únicos apenas) são as que vieram de contos, já sendo, portanto, maiores do que deveriam. A Canção da Fúria costumava ser uma trilogia lá na idade da pedra e hoje meu planejamento fecha em sete livros. Nienna era a única narradora lá na primeira versão e agora eu tenho mais de quinze personagens com capítulos próprios espalhados pela série. A série prequel que conta a história de Avera, Nya, Lieth, Ren, etc? Era um conto apenas.

Conclusão: eu tenho ideias e personagens demais, e escrevo de menos. E a pergunta que vale um milhão pra mim provavelmente seria: como diabos as pessoas conseguem contar uma história em duas mil palavras apenas?

Pois é.

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2 comentários

  1. Estamos no mesmo barco colega. Quando escrevo contos, sinto que estou resumindo uma história, e que seria uma injustiça não contá-la por completo.

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    1. Meus contos sempre acabam mais como prólogos para outras séries/histórias do que como contos de verdade. Eu não sei fazer uma história completinha com tão poucas palavras.

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