O Castelo das Águias | A Ilha dos Ossos | ?
Ana Lúcia Merege
Draco
★★½
O Castelo das Águias, romance fantástico de Ana Lúcia Merege, é um lugar especial. Localizado nas Terras Férteis de Athelgard, região habitada por homens e elfos, abriga uma surpreendente Escola de Magia, onde os aprendizes devem se iniciar nas artes dos bardos e dos saltimbancos antes de qualquer encanto ou ritual.
Apesar de sua juventude, Anna de Bryke aceita o desafio de se tornar a nova Mestra de Sagas do Castelo. Aprende os princípios da Magia da Forma e do Pensamento e tem a oportunidade de conhecer pessoas como o idealizador da Escola, Mestre Camdell; Urien, o professor de Música; Lara, uma maga frágil e enigmática, e o austero Kieran de Scyllix, o guardião das águias que mantêm um forte elo místico com os moradores do Castelo.
Enquanto se habitua à nova vida e descobre em Kieran um poço de sentimentos confusos e turbulentos, uma exigência do Conselho de Guerra das Terras Férteis põe em risco a vida e a liberdade das águias. Com o apoio de Kieran, Anna lutará para preservá-las,desvendando uma trama de conspiração e segredos que envolvem importantes magos do Castelo.
Eu já tinha ouvido falar sobre O Castelo das Águias bem antes de criar coragem pra começar a lê-lo. Na verdade, foi de tanto vê-lo por aí pela internet que fiquei interessada, já que à primeira vista a sinopse não chamou minha atenção muito não apesar dos elementos que geralmente me agradam (I mean, elfos e águias guerreiras >>>). E não me chamou a atenção justamente pelo motivo que, no fim das contas, me fez não gostar desse livro: o romance.
Mas enfim, voltemos a O Castelo das Águias.
A protagonista, Anna, me decepcionou um pouco. Não há nada de errado com ela, mas eu acho que ela poderia ter sido muito melhor. Quero dizer, ela morou a vida inteira em uma floresta, aparentemente é devota do deus considerado por muitos como o inimigo de todos (Loki) (sim, os deuses aqui têm nomes de deuses nórdicos, ou quase) e supostamente ela sabe usar o arco muito bem... Mas a gente nunca chega a ver isso mesmo, esse diferencial dela todo, sabe? E, falando do arco, quando parece que ela vai usá-lo para salvar o dia (já nos momentos finais do livro) ela hesita porque se ela acertar o vilão, o mocinho que está lutando com ele vai ficar com o orgulho ferido. I mean:
Se o pusesse sob mira, ele seria obrigado a largar a espada - mas como ficaria, nesse caso, o orgulho de [mocinho]?
Impedir um dos vilões (e assim talvez impedi-lo de matar o mocinho) ou se importar com o ego de um homem? #prioridades
Aliás, vale falar que a Anna chega no Castelo para ensinar as Sagas (meio que como professora de literatura, acho?), mas aí ela não sabe direito o que fazer e teria que pedir orientação para outra professora (o que acaba não acontecendo por n motivos). O que uma coisa meio... hein? É bem bizarro pensar que uma instituição tão prestigiada como o Castelo parece ser aceitaria uma professora sem checar se ela sabe como as coisas serão ou não (mas o conflito entre o modo como Anna queria ensinar e o modo suposto como certo foi bem interessante sim).
Aliás, vale falar que a Anna chega no Castelo para ensinar as Sagas (meio que como professora de literatura, acho?), mas aí ela não sabe direito o que fazer e teria que pedir orientação para outra professora (o que acaba não acontecendo por n motivos). O que uma coisa meio... hein? É bem bizarro pensar que uma instituição tão prestigiada como o Castelo parece ser aceitaria uma professora sem checar se ela sabe como as coisas serão ou não (mas o conflito entre o modo como Anna queria ensinar e o modo suposto como certo foi bem interessante sim).
Foi o romance, porém, que me incomodou de verdade. Pra mim, ele acontece simplesmente do nada, se desenvolve do nada e culmina em um dos momentos românticos mais wtf que eu já li. Desde que eu li a sinopse pela primeira vez já fiquei meio ehhh com "poço de sentimentos confusos e turbulentos", já que livros que já indicam a presença de romance na sinopse são os que me decepcionam com mais frequência, mas fui adiante pelos elementos que me agradam citados lá em cima. Não deu certo. A plotline do romance é mega cliché e depende somente da falta de conversa dos dois pombinhos, ou seja, de mal entendidos bobos que o leitor sabe imediatamente não serem verdade, mas que a Anna continuou acreditando por um bom tempo. Um saco. [SPOILERS ADIANTE!] Quando eles se beijam pela PRIMEIRA vez, o Kieran vai lá e... pede ela em casamento. Porque ela é A Mulher, sabe, que ele esperou a vida inteira e blá blá blá. E a Anna... aceita.
A aquariana dentro de mim esperneou e gritou durante toda essa cena. Tipo, muito.
E o pior é que a Anna reconhece em alguns momentos que ela não conhece o Kieran de verdade (principalmente se tratando dos ataques de raiva dele lá). Então fica algo meio por quê? Por que fazer eles se casarem tão rápido? Quero dizer, lá pelo fim do livro eles já estavam debatendo nome de filho, gente, socorro.
Nope. [FIM DOS SPOILERS]
Mas tirando o romance e a cena do arco que me deixou irritada, o resto do livro é legal sim. A escrita da Merege é boa, bem fácil de ler, e rápida, e apesar da diferença entre elfos e humanos ser bem pouca (mais cultural/social mesmo), eu gostei do worldbuilding. Não saquei muito as formas de magia though, mas aí deve ser eu que sou lerda mesmo.
But os personagens eu achei bem fraquinhos no geral. Não ruins, mas não bons também. Meio mais ou menos mesmo.
Enfim, provavelmente não lerei o segundo volume (aparentemente o Kieran é o foco lá e #nope). 2.5 estrelas para O Castelo das Águias.
3 comentários
Olá! Também ouço falar muito desse livro e estou curiosa para ler. Pela sua resenha o livro me pareceu ser uma obra juvenil, é isso mesmo? Abs!
ResponderExcluirNão sei se foi escrita/divulgada como juvenil, mas ela me pareceu bem juvenil mesmo, apesar dos personagens serem todos adultos. Não é uma história sobre adolescentes, mas se parece muito com uma, por assim dizer :c
ExcluirObrigada pela resposta. :)
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