2.5 estrelas fantasia

Resenha: Red Queen, Victoria Aveyard

16:41neo

Red Queen Trilogy: Red Queen | Untitled | Untitled
Victoria Aveyard
Orion
★★½

Os indigentes Reds são plebeus, vivendo sob o domínimo do Silvers, guerreiros de elite com poderes divinos.Para Mare Barrow, uma menina Red de 17 anos de Os Stilts, parece que nada nunca vai mudar.Mare encontra-se trabalhando no Palácio de Prata, no centro daqueles que ela mais odeia. Ela logo descobre que, apesar de seu sangue vermelho, ela possui um poder mortal e único. Um que ameaça destruir o controle dos Silvers.Mas o poder é um jogo perigoso. E neste mundo dividido por sangue, quem vai ganhar?


Esse livro tinha tudo para ser maravilhoso, mas não foi. O motivo? Clichés.

Não me entenda mal. Eu gosto de um cliché ou outro quando bem escrito e bem construído na história; é o cliché sem sal e sem graça que me irrita profundamente e que acaba com qualquer livro, não importa o quão bom sua premissa ou escrita sejam. Foi assim com Red Queen; a escrita é boa, a premissa também, mas o resto inteiro é recheado de clichés e tropes mal-desenvolvidas.

Eu já sabia o que ia acontecer no fim do livro antes de chegar na metade. Esse é o nível de "já-vi-isso-antes" de Red Queen. Quero dizer, a protagonista é forçada a ser a noiva do mais novo de dois príncipes; é óbvio que ela vai se apaixonar pelo outro. Esses dois príncipes são filhos de mães diferentes, com a mãe do mais velho tendo se matado quando ele era pequeno e a mãe do mais novo sendo manipuladora e egoísta; é óbvio que a rainha 2 matou a rainha 1 de alguma forma. O príncipe mais velho também vai se casar; é óbvio que a noiva dele e a protagonista vão se odiar. A protagonista tem um melhor amigo a quem ela já salvou algumas vezes; é óbvio que ele é apaixonado por ela.

Fala sério.


Tudo nesse livro é óbvio. Até quando ele tenta ser diferente a coisa fica óbvia (mais sobre isso lá embaixo nos spoilers). 

E para piorar, os personagens não possuem profundidade alguma. A Mare, a protagonista, não me irritou tanto quanto as protagonistas de livros YA geralmente o fazem, mas pelo amos de Jesus Cristo como diabos uma pessoa de um grupo oprimido (os Reds) não consegue resistir a uma pessoa do grupo opressor (os Silvers)??? Ainda mais quando tudo depende disso??? 

Ah, mas o amor... Que amor, gente??? Eles se conhecem há um mês?? Eles são de mundos completamente opostos e eles mal se falam durante o livro inteiro??? E eles ainda possuem ideologias completamente opostas, a dele incluindo continuar deixando o povo dela morrer???

Oi????


Esperando o dia em alguém vai ter a decência de abolir triângulos amorosos e instaloves da literatura. Até lá, eu continuo a sofrer com essas protagonistas sem cérebro e esses pares românticos irreais e sem noção.

Os outros personagens são ainda piores. Cal - príncipe mais velho - é um soldado que sonha em lutar por sua nação (*revira os olhos*) e só. A atual rainha (eu nem lembro o nome dela, oops) é má, muito má (que novidade). O rei literalmente não tem personalidade nenhuma. Evangeline, a noiva do Cal, é o diabo encarnado, claro, e elas e suas amigas são as típicas Mean Girls. O melhor amigo de Mare, Kilorn, tem tanta personalidade quanto um abajur, e Maven, o príncipe mais novo, foi o único personagem que eu cheguei perto de gosta no livro inteiro, mas o final.... Bleh.

Ah, e as pessoas não morrem nesse livro, gente. A gente pensa que fulano está morto e tada!, tá vivinho da silva. SEMPRE. A Mare fica, oh, meu Deus, fulano deve ter morrido e blá blá blá o tempo TODO na parte final de Red Queen, mas raras são as vezes em que alguém realmente morre. Ou seja, lazy writing. 

Enfim, mais um livro YA com uma ideia muito boa que foi cruelmente assassinada na sua execução. RIP.

Agora meu rant com spoilers.

(E 2.5 estrelas para Red Queen, falando nisso).

(Se não ficou claro, spoilers adiante. Do final inteiro).

Dicas para quem quer escrever um YA com triângulo amoroso e quer deixar claro com quem a protagonista vai ficar desde a página 1:

(par romântico que vai ficar com a guria = pr1, guria = g, par romântico que não vai ficar com a guria = pr2)

1. Faça o PR1 aparecer bem antes do PR2.
2. Faça o PR1 ajudar a G, de preferência antes de ela saber quem ele é de verdade.
3. Faça o PR2 ter uma personalidade oposta ao do PR1.
4. Faça o PR1 ter mais momentos com a G do que o PR2.

Simples, né? É isso que é feito com Maven, Cal e Mare em Red Queen. Eu sabia desde o início que Maven não tinha chance nenhuma por causa disso tudo aí de cima e, bem, porque ele e a Mare iriam eventualmente se casar. Triângulos amorosos em YA são recheados de drama. Nunca a solução seria tão fácil quanto os dois já estarem praticamente juntos. NUNCA. 

Ou seja, fail.

Agora, se você quiser tornar a traição do PR2 algo estupidamente óbvio, faça a G odiar (hahaha) o PR1 por um tempo enquanto elogia o PR2. É o truque mais velho na face da Terra e é exatamente o que acontece em Red Queen (de novo). No momento em que a Mare começou a """"odiar"""" o Cal enquanto colocava o Maven em um altar, o Cal já sendo obviamente o PR1 pelos motivos citados ali em cima, eu já sabia que Maven seria um traidor e que depois ela e o Cal seriam o drama encarnado por causa disso. 

Quero dizer, faça o irmão mais novo ser esquecido pelo pai, mais fraco do que o irmão mais velho, protegido por uma mãe malvada e manipuladora e deixado de lado pela protagonista por causa do irmão mais velho de novo, e é óbvio que ele vai trair todo mundo (menos a mãe, claro). 

Então quando o Maven se revelou um traidor no final, minha reação foi basicamente:


E esse gif praticamente resume minha relação com Red Queen. Ou seja, ew.

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3 comentários

  1. Esperava que esse livro fosse ótimo, mas sua critica me fez perder a vontade de lê-lo. kkkk Odeio esses livros com a historia óbvia, é um tédio.

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    1. Eu também esperava que esse livro fosse maravilhoso (a capa influenciou bastante nisso KKK), mas aí os clichés acabaram com tudo :/

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  2. Eu também achei o livro mega previsível! Como você, eu já tinha entendido como seria o final logo no começo. Com certeza poderia ter sido melhor. Teimosamente li o segundo e gostei muito mais.

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