A Série do Trono de Vidro: A Lâmina da Assassina | Trono de Vidro | Coroa da Meia-Noite | Heir of Fire | Ainda Sem Nome | Ainda Sem Nome #02 | Ainda Sem Nome #03
Sarah J. Maas
Galera Record
★★
Além disso, a autora diz que a história surgiu da simples premissa de “e se Cinderela fosse ao baile para matar o príncipe?” e sim, eu estava morrendo por esse livro. Não parece ser super legal?
Pois só parece.
Acho que meu problema começou pela escrita. Eu sei que O Trono de Vidro é mais voltado para o público jovem (sendo assim um YA), mas não deixa de ser fantasia. E, para mim, a escrita da Maas simplesmente não foi o suficiente para me passar uma boa impressão, considerando o gênero. Foi fraca demais o livro todo. Não ruim, sabe? Mas não ótima também. Foi… rasa.
Aliás, “raso” define bem o livro inteiro.
Antes de ler o livro, achei que fosse amar a Celaena. Nos primeiros capítulos, porém, me conformei com a ideia de apenas suportá-la, já que gostar parecia um pouco (ok, muito) distante. Mas lá pro final passei a simpatizar mais com ela. Os outros personagens foram no mesmo nível ou piores. Quem acompanha minhas resenhas há algum tempo sabe que eu tenho verdadeiro horror a triângulos amorosos e O Trono de Vidro deixa um explícito já na sinopse, mas eu, sendo a idiota que sempre sou, comprei o livro do mesmo jeito (sabe aquela vozinha que fica gritando pra você não fazer algo? Então. Foi minha relação com esse livro do início ao fim, com a vozinha gritando não compra! e eu respondendo, mas olha, a protagonista parece ser super legal, e ela, não compra, é YA!, e eu, mas pera, a autora é uma fofa, e ela, não compra, triângulo amoroso!, e eu, obviamente, a ignorei e aqui estou. Toda vez que não escuto a vozinha me ferro lindamente).
Mas até que o triângulo amoroso não foi tão ruim. Acho que a Celaena vai acabar ficando com o cara que eu não gostei, porque isso sempre acontece (dedo podre desgraçado o meu, hein, te contar), mas a coisa toda poderia ter sido algo bem pior. Ainda foi ruim. Meio meh, cliché, rápido demais, e raso.
Raso, raso, raso. Sei que estou repetindo isso demais, mas fiquei com a impressão de que a história não deu tudo o que tinha pra dar. Parece que a autora preferiu ficar em um terreno mais simples (e sem graça), e a mecânica do livro ficou muito à mostra. Foi algo meio… amador. É, chato dizer isso, mas foi a ideia que me passou. Além disso, não consegui sentir nada. Nothing. Nadica, neca de pitibiriba, zero. Nada pela história, nada pelos personagens, nada por nada. Nada.
O Trono de Vidro é um livro pelo qual passei batida e que não vai ficar marcado na memória. Foi meh. Tão sem gosto que deu pra engolir sem reclamar (muito).
Ou sei lá, né, cada um tem sua opinião.
Mas duas estrelinhas pra O Trono de Vidro.
EDITADO EM 22/05/15: Bem, reli esse livro depois de ler as novelas prequel (A Lâmina da Assassina), que me convenceram a dar mais uma chance para a história. E olha, passei de "não senti nada" para "esse livro me matou de irritação". O Trono de Vidro é ainda mais amador do que eu me lembrava, e muito mais irritante também.
O que ficou ainda mais óbvio pra mim nessa releitura foi o quão rasos são os personagens. A autora espera que a gente ame ou odeie certos personagens baseados apenas no papel que eles supostamente ocupam na história (falei sobre isso aqui). Kaltain, por exemplo, a dama que quer casar com o príncipe Dorian e que por isso se torna uma espécie de rival de Celaena, é tratada pela narrativa como um monstro, e a própria Celaena pensa várias vezes que ela merece sim uma morte violenta (em certo capítulo do livro há perigo de que as pessoas de tal lugar sejam atacadas, Kaltain entre elas. É quando Celaena me vem com essa pérola). E Kaltain é esse monstro mesmo? Não. Ela é ambiciosa. É de uma família nobre menor que não quer passar o resto de seus dias casada com quem quer que o pai arranje pra ela, não servindo pra nada além de enfeite e de mãe dos filhos do tal cara. Ela quer ser rainha, já que como rainha ela imagina que terá liberdade para fazer o que desejar, e sim, ela não é exatamente uma pessoa maravilhosa, mas Celaena (e a narrativa) a odeia apenas por ela querer se casar com Dorian. Só por isso. No início da história Celaena chega a derrubar um pote de flores de uma janela tentando acertá-la só por um comentário que Kaltain fez sobre a nova mulher no castelo (que ela assumiu ser uma amante de Dorian, mulher esta sendo a Celaeana) quando elas sequer haviam se conhecido. Tipo??? Um pote derrubado de uma janela pode matar uma pessoa?? Isso tudo graças a um comentário de uma pessoa que você nunca viu na vida e que sequer te conhece???
Hã???
Esse livro tentou tanto pintar Kaltain como um ser vil e nojento, e essa tentativa foi tão falha que eu me vi simpatizando mais com ela do que com a Celaena.
Aliás, Celaena é meio burra. Ela, a maior assassina de Adarlan, vive de dar piti porque as pessoas não prestam atenção nela durante a competição para se tornar o campeão do rei, sendo que qualquer um com o mínimo de miolos entenderia que ela não pode chamar atenção justamente para ter uma certa vantagem na prova final. Mas ela pensa nisso??? Nope. Chaol tem que enfiar um tico de razão nela, porque do contrário ela continuaria reclamando de como estão prestando mais atenção em fulano de tal e cricrano de que não sei o quê pelo livro inteiro.
Há também uma obsessão com beleza no livro. Qualquer pessoa feia que aparecer é do mal. Celaena mesmo se aproxima apenas de dois competidores para campeão, um caracterizado como menor e de certa forma infantil e o outro, adivinha!, como ~slightly handsome~
Ou seja, são todos feios, mas o que se torna amigo dela é o que é ~levemente bonito~
E todas as pessoas "do bem" são bonitas. Todas.
Além disso, a má qualidade da escrita aparece de novo quando a autora tenta caracterizar os personagens. Juro por todos os deuses que tem uns trechos do ponto de vista de Dorian e Chaol apenas para tentar caracterizar a Celaena, para tentar fazer com o que o leitor a veja como eles a veem, e esses trechos são um desastre. Até o meio com que a autora descreve a Celeaena do ponto de vista dos dois é cliché e piegas. Não funciona mesmo.
E o romance é muito ruim e muito brega. Epepeô, gente, pelo amor de Deus.
(Se Coroa da Meia-Noite não for pelo menos tão bom quanto A Lâmina da Assassina, estou fora).
Sarah J. Maas
Galera Record
★★
Depois de cumprir um ano de trabalhos forçados nas minas de sal de Endovier por seus crimes, Celaena Sardothien, 18 anos, é arrastada diante do príncipe. Príncipe Dorian lhe oferece a liberdade sob uma condição: ela deve atuar como seu campeão em um concurso para encontrar o novo assassino real. Seus adversários são ladrões e assassinos, guerreiros de todo o império, cada um patrocinado por um membro do conselho do rei. Se ela vencer seus adversários em uma série de etapas eliminatórias servirá no reino durante três anos e em seguida terá sua liberdade concedida.Celaena acha suas sessões de treinamento com o capitão da guarda Westfall desafiadoras e exaustivas. Mas ela está entediada com a vida da corte. As coisas ficam um pouco mais interessantes quando o príncipe começa a mostrar interesse por ela... Mas é o rude capitão Westfall que parece entendê-la melhor.
Então um dos outros concorrentes aparece morto rapidamente seguido por outros... Pode Celaena descobrir quem é o assassino antes que ela se torne a nova vítima? A medida que a investigação da jovem assassina se desenrola a busca por respostas a leva descobrir um destino maior do que ela jamais poderia ter imaginado.
Antes de pegar esse livro pra ler, eu já tinha uma espécie de admiração por ele. Não só por causa da capa (linda de morrer embora a contracapa seja ainda mais bonita), mas também porque andei dando uma stalkeada básica na autora e ela me pareceu ser muito legal. E, o motivo mais forte de todos, O Trono de Vidro era uma história da internet antes de ser catapultada para o mercado editorial.
Bem, como "escritora de internet", a trajetória da Maas me empolgou bastante e fez com quem eu me identificasse mais com o livro. Queria muito gostar da história, tanto pelo próprio enredo quanto por suas origens. Então, é, eu estava bastante animada.
Bem, como "escritora de internet", a trajetória da Maas me empolgou bastante e fez com quem eu me identificasse mais com o livro. Queria muito gostar da história, tanto pelo próprio enredo quanto por suas origens. Então, é, eu estava bastante animada.
Além disso, a autora diz que a história surgiu da simples premissa de “e se Cinderela fosse ao baile para matar o príncipe?” e sim, eu estava morrendo por esse livro. Não parece ser super legal?
Pois só parece.
Acho que meu problema começou pela escrita. Eu sei que O Trono de Vidro é mais voltado para o público jovem (sendo assim um YA), mas não deixa de ser fantasia. E, para mim, a escrita da Maas simplesmente não foi o suficiente para me passar uma boa impressão, considerando o gênero. Foi fraca demais o livro todo. Não ruim, sabe? Mas não ótima também. Foi… rasa.
Aliás, “raso” define bem o livro inteiro.
Antes de ler o livro, achei que fosse amar a Celaena. Nos primeiros capítulos, porém, me conformei com a ideia de apenas suportá-la, já que gostar parecia um pouco (ok, muito) distante. Mas lá pro final passei a simpatizar mais com ela. Os outros personagens foram no mesmo nível ou piores. Quem acompanha minhas resenhas há algum tempo sabe que eu tenho verdadeiro horror a triângulos amorosos e O Trono de Vidro deixa um explícito já na sinopse, mas eu, sendo a idiota que sempre sou, comprei o livro do mesmo jeito (sabe aquela vozinha que fica gritando pra você não fazer algo? Então. Foi minha relação com esse livro do início ao fim, com a vozinha gritando não compra! e eu respondendo, mas olha, a protagonista parece ser super legal, e ela, não compra, é YA!, e eu, mas pera, a autora é uma fofa, e ela, não compra, triângulo amoroso!, e eu, obviamente, a ignorei e aqui estou. Toda vez que não escuto a vozinha me ferro lindamente).
Mas até que o triângulo amoroso não foi tão ruim. Acho que a Celaena vai acabar ficando com o cara que eu não gostei, porque isso sempre acontece (dedo podre desgraçado o meu, hein, te contar), mas a coisa toda poderia ter sido algo bem pior. Ainda foi ruim. Meio meh, cliché, rápido demais, e raso.
Raso, raso, raso. Sei que estou repetindo isso demais, mas fiquei com a impressão de que a história não deu tudo o que tinha pra dar. Parece que a autora preferiu ficar em um terreno mais simples (e sem graça), e a mecânica do livro ficou muito à mostra. Foi algo meio… amador. É, chato dizer isso, mas foi a ideia que me passou. Além disso, não consegui sentir nada. Nothing. Nadica, neca de pitibiriba, zero. Nada pela história, nada pelos personagens, nada por nada. Nada.
O Trono de Vidro é um livro pelo qual passei batida e que não vai ficar marcado na memória. Foi meh. Tão sem gosto que deu pra engolir sem reclamar (muito).
É isso. Existem livros piores que esse, mas se você está esperando algo extraordinário, acho melhor pensar duas vezes.
Ou sei lá, né, cada um tem sua opinião.
Mas duas estrelinhas pra O Trono de Vidro.
EDITADO EM 22/05/15: Bem, reli esse livro depois de ler as novelas prequel (A Lâmina da Assassina), que me convenceram a dar mais uma chance para a história. E olha, passei de "não senti nada" para "esse livro me matou de irritação". O Trono de Vidro é ainda mais amador do que eu me lembrava, e muito mais irritante também.
O que ficou ainda mais óbvio pra mim nessa releitura foi o quão rasos são os personagens. A autora espera que a gente ame ou odeie certos personagens baseados apenas no papel que eles supostamente ocupam na história (falei sobre isso aqui). Kaltain, por exemplo, a dama que quer casar com o príncipe Dorian e que por isso se torna uma espécie de rival de Celaena, é tratada pela narrativa como um monstro, e a própria Celaena pensa várias vezes que ela merece sim uma morte violenta (em certo capítulo do livro há perigo de que as pessoas de tal lugar sejam atacadas, Kaltain entre elas. É quando Celaena me vem com essa pérola). E Kaltain é esse monstro mesmo? Não. Ela é ambiciosa. É de uma família nobre menor que não quer passar o resto de seus dias casada com quem quer que o pai arranje pra ela, não servindo pra nada além de enfeite e de mãe dos filhos do tal cara. Ela quer ser rainha, já que como rainha ela imagina que terá liberdade para fazer o que desejar, e sim, ela não é exatamente uma pessoa maravilhosa, mas Celaena (e a narrativa) a odeia apenas por ela querer se casar com Dorian. Só por isso. No início da história Celaena chega a derrubar um pote de flores de uma janela tentando acertá-la só por um comentário que Kaltain fez sobre a nova mulher no castelo (que ela assumiu ser uma amante de Dorian, mulher esta sendo a Celaeana) quando elas sequer haviam se conhecido. Tipo??? Um pote derrubado de uma janela pode matar uma pessoa?? Isso tudo graças a um comentário de uma pessoa que você nunca viu na vida e que sequer te conhece???
Hã???
Esse livro tentou tanto pintar Kaltain como um ser vil e nojento, e essa tentativa foi tão falha que eu me vi simpatizando mais com ela do que com a Celaena.
Aliás, Celaena é meio burra. Ela, a maior assassina de Adarlan, vive de dar piti porque as pessoas não prestam atenção nela durante a competição para se tornar o campeão do rei, sendo que qualquer um com o mínimo de miolos entenderia que ela não pode chamar atenção justamente para ter uma certa vantagem na prova final. Mas ela pensa nisso??? Nope. Chaol tem que enfiar um tico de razão nela, porque do contrário ela continuaria reclamando de como estão prestando mais atenção em fulano de tal e cricrano de que não sei o quê pelo livro inteiro.
Há também uma obsessão com beleza no livro. Qualquer pessoa feia que aparecer é do mal. Celaena mesmo se aproxima apenas de dois competidores para campeão, um caracterizado como menor e de certa forma infantil e o outro, adivinha!, como ~slightly handsome~
Ou seja, são todos feios, mas o que se torna amigo dela é o que é ~levemente bonito~
E todas as pessoas "do bem" são bonitas. Todas.
Além disso, a má qualidade da escrita aparece de novo quando a autora tenta caracterizar os personagens. Juro por todos os deuses que tem uns trechos do ponto de vista de Dorian e Chaol apenas para tentar caracterizar a Celaena, para tentar fazer com o que o leitor a veja como eles a veem, e esses trechos são um desastre. Até o meio com que a autora descreve a Celeaena do ponto de vista dos dois é cliché e piegas. Não funciona mesmo.
E o romance é muito ruim e muito brega. Epepeô, gente, pelo amor de Deus.
(Se Coroa da Meia-Noite não for pelo menos tão bom quanto A Lâmina da Assassina, estou fora).
0 comentários