Iniciando a série de posts sobre estrutura, comecemos com algo bem básico: o que é estrutura?
Já falei um pouco sobre isso nessa matéria, onde apresento as estruturas mais comuns (e que na verdade são uma só, divididas de modo diferente), mas em seu sentido mais básico a estrutura de uma história são seus ossos. O plot, seguindo a metáfora, seriam os músculos, e obviamente sem o osso músculo nenhum se sustenta. Ou seja, no fim das contas plot e estrutura estão extremamente ligados.
Mesmo que você nunca tenha estudado estrutura (ou se dado conta de que ela exista), é provável que suas histórias sigam o que vou comentar nessa série de posts, ou pelo menos chegue bem perto. Isso acontece porque estrutura é algo quase instintivo quando começamos a contar histórias - afinal, passamos a vida inteira sendo expostos a filmes, livros, séries, etc, e a maioria esmagadora deles segue essa estrutura. Você automaticamente acaba replicando-a em seus trabalhos sem perceber.
Mesmo que você nunca tenha estudado estrutura (ou se dado conta de que ela exista), é provável que suas histórias sigam o que vou comentar nessa série de posts, ou pelo menos chegue bem perto. Isso acontece porque estrutura é algo quase instintivo quando começamos a contar histórias - afinal, passamos a vida inteira sendo expostos a filmes, livros, séries, etc, e a maioria esmagadora deles segue essa estrutura. Você automaticamente acaba replicando-a em seus trabalhos sem perceber.
Isso quer dizer que toda história é a mesma? Bem... sim e não. Sim porque tecnicamente, mesmo se você descartar a estrutura, os seres humanos vem contando a mesma história há milênios. Os temas são sempre os mesmos; os personagens vêm das mesmas tropes; muitas situações são lugar-comum e ainda assim são interessantes; e por aí vai. E não porque estrutura é só o osso, como eu disse lá em cima. Se você der de cara com dois esqueletos humanos, vai conseguir dizer a quem eles pertenceram só de olhar? Não, óbvio. Pode ser que você conclua que um é menor que o outro ou coisa do tipo, mas você nunca irá reconhecer a pessoa que aquele esqueleto foi.
Funciona mais ou menos assim com histórias. O esqueleto é tecnicamente o mesmo, mas as pessoas são bem diferentes.
Mas Neo, você pode estar se perguntando, se o “mapa” dos acontecimentos já vem com a estrutura, o leitor vai saber o que vai acontecer! E não, isso não acontece. No máximo o leitor vai ficar tipo, hmm, estamos perto dos 25% da história... algo vai acontecer, e bem, isso é meio óbvio. Claro que alguma coisa vai acontecer - o leitor só não sabe como ou até mesmo o porquê, ou quais as consequências desse acontecimento. E é isso que o mantém interessado, não o saber ou não que algo vai acontecer.
E, como eu já disse, essa estrutura está em todo lugar. E os leitores continuam interessados de qualquer jeito. Sem falar, claro, que a chance de seus leitores saberem algo sobre estrutura de histórias é bem pequena.
Sendo assim, por que é importante estudar a estrutura?
Bem, é simples: saber a estrutura de uma história te ajuda a construir a sua, principalmente em questões de ritmo. Sabe quando você está escrevendo algo e sabe o início e o final, mas não sabe nadica de nada do meio? Estrutura pode te ajudar nisso. Estudando-a, você entende que algo importante deve acontecer aos 50% do livro, e que esse algo importante muda os personagens e o plot de modo um tanto radical. Com isso em mente, você consegue pensar em algo que afete seus personagens e plot desse modo com mais facilidade.
A estrutura mais comum é a de três atos. Ela se divide assim:
ATO 1
- Hook, ou o gancho
- Personagens são apresentados
- Riscos/coisas a se perder são apresentados
- Primeiro plot point (incidente instigante ou cena chave)
ATO 2
- Primeira metade - personagens reagem
- Segundo plot point (midpoint)
- Segunda metade - personagens agem
ATO 3
- Terceiro plot point
- Clímax
- Resolução
Vou abordar cada ato e seus elementos em matérias futuras. Serão seis ou sete, ainda não sei, mas tentarei postar pelo menos uma por semana, provavelmente no domingo. O que passarei nelas é o básico, claro, e vem principalmente do que aprendi lendo posts sobre o assunto e de livros (em especial Structuring your novel da K.M. Weiland, que além de estrutura da história fala também de estrutura de cena e de frase, e é um livro muito bom), e um pouco também do que aprendi escrevendo.
Enfim, espero que gostem dessas matérias e qualquer dúvida/sugestão é só deixar um comentário!
2 comentários
Amei a matéria 😍Estou escrevendo um infantojuvenil e posso te disser que a sua matéria chegou em boa hora. Aguardando mais dicas de escrita.
ResponderExcluirFico feliz que tenha gostado da matéria! Espero que goste das próximas também ^^
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